frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

terça-feira, 4 de novembro de 2008

deuses, filósofos, escravos e tiranos

zeus e ganimedes

Zeus, o deus grego, enamorou-se de tal forma pelo belo jovem Ganimedes, que o levou para o Olimpo. Teseu seduziu não apenas donzelas no labirinto, mas também os monstros. Os filósofos Sócrates e Platão e o legislador Sólon foram pederastas no sentido explicitado acima, sobre a Grécia Antiga. A pederastia visava a formação do jovem, também em Esparta quanto em Atenas. No exército espartano o amor entre soldados fortalecia o exército. O que levava os comandantes do exército a estimular esse tipo de relação era o fato de acreditarem que um amante, além de lutar, jamais abandonaria outro amante no campo de batalha. O Batalhão Sagrado de Tebas, famoso por suas vitórias, era formado totalmente por pares homossexuais. Em nenhum dos dois casos estava excluída a relação com uma mulher, no presente ou no futuro.

sólonSólon, grande legislador considerado um dos sete sábios da Grécia, criador de importantes leis, como a que estimulava uma maior participação dos cidadãos pobres na vida política e lhes proporcionava mais acesso à justiça, e por outro lado proibiu que escravos tivessem amantes, não resistia ao charme dos rapazes. Responsável pela instituição da democracia em Atenas, poderia ter agido com maior austeridade para coibir os abusos de seu parceiro, Pisístrato, que teria usurpado o poder em 561 a.C., mas Sólon preferiu abandonar o tirano. Pisístrato foi consolar-se nos braços de Carmo, e em sua homenagem, dedicou a estátua de Eros da Academia de Filosofia, onde era acesa a chama sagrada.

filolaufídiasNa época de Aristóteles, a tumba do legislador Filolau, o Coríntio, e de Diocles, atleta olímpico transformou-se em ponto turístico. O casal viveu em Tebas, onde foram enterrados juntos, como era tradição. Outro costume da época era a exposição, literalmente, do amor. Os apaixonados escreviam o nome do seu amor em paredes, árvores e muros. E foi o que fez Fídias, um dos maiores escultores gregos. Gravou o nome do namorado no dedo da estátua de Zeus em Olímpia: 'Belo Pantárquio'. Muitos dos relacionamentos amorosos tinham início nas aulas de ginástica nas quais homens e mulheres praticavam exercícios totalmente nus. O amor entre soldados de guerra era outra coisa bem incentivada. Em Esparta e em Creta o amor entre os soldados era parte fundamental da educação militar.

saphoalexandre, o grandeSafo, considerada a ‘Décima Musa’ por Platão, dedicou estrofes e mais estrofes ao relacionamento entre mulheres. A poetisa teve sua face estampada em moedas, em vasos e também uma estátua em ponto de destaque. Para o filósofo Máximo de Tiro, Safo e Sócrates tinham a mesma linha de pensamento e obras muito semelhantes, embora tivessem vivido em séculos diferentes. Ela foi a primeira diretora de uma academia para mulheres jovens, sendo a Ilha de Lesbos presumidamente mais avançada que Atenas na educação feminina. Ovídio a descreveu como ‘um curso completo de instrução sobre a homossexualidade feminina’. Em 1073, em Constantinopla (atual Istambul), o papa Gregório VII ordenou que todos os versos de Safo e de Alceu, também adepto dos versos alcaios, fossem queimados. E o que restou acabou se perdendo no incêndio da Biblioteca de Bazâncio em 1453.

Entre os macedônios, o amor grego também teve muitos adeptos. Por exemplo, Alexandre, o Grande (356-323 a.C). Seus grandes amores foram Hefestião e o eunuco Bágoas. Quando Hefestião morreu, Alexandre foi tomado pelo desespero, ficou três dias sem nada comer, cortou os cabelos e decretou luto oficial. Ele preparou um funeral majestoso, dirigindo ele próprio a carruagem fúnebre. Embora nunca tenha abandonado o eunuco Bágoas, Alexandre casou-se logo depois com uma prisioneira persa, Roxana.

(pesquisa realizada pela jornalista e pesquisadora Cleide Cavalcante com dados retirados do livro ‘Tríbades Galantes, Fanchonos Militantes - Homossexuais que Fizeram História’ do autor Amilcar Torrão Filho)

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