frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

teatro: do claustro

uma polêmica relação amorosa entre duas freiras é o tema do espetáculo ‘Do Claustro’, que estreou ontem, dia 17 de janeiro e vai até 13 de março, no ‘Espaço dos Satyros’ - Praça Franklin Roosevelt, 214 – República - em São Paulo, toda quinta, 22h30.

autor: ruy jobim neto
direção: eduardo sofiati
montagem: cia. mestremundo de histórias
atrizes: débora aoni e carolina mesquita

A peça é ambientada no final do século XVII em Salvador e trata da relação entre duas clarissas (devotas de Santa Clara) no ‘Convento de Santa Clara do Desterro', o primeiro monastério feminino do Brasil, fundado em 1677, por cinco madres superioras que vieram do Convento de Santa Clara de Évora, em Portugal. Uma das freiras, a Irmã Mariana, clarissa enclausurada às portas da loucura, confessa à outra religiosa, a Irmã Cecília, sobre o seu relacionamento sexual e amoroso com um poeta-advogado que se encontra preso e ameaçado de degredo para a África.

Desta forma, ela narra sua vida, desde o engenho de cana-de-açúcar, a violência do pai, o refúgio em um quilombo, suas experiências sexuais e sua clausura. Porém, ao longo da narrativa a amizade vai ganhando novos horizontes e sensações e Irmã Cecília é avassaladoramente atraída por Irmã Mariana.

Conforme o autor, que há mais de vinte anos pesquisa sobre o universo do século XVII no Brasil, a peça retrata o lado escondido de uma época, com mulheres de seu tempo, seus desejos, seus medos e culpas. Procura mostrar o poder estabelecido dominando o povo, a fusão do sacro e o profano, uma civilização em franca decadência. Nada mais atual, portanto, para um Brasil onde a religião e o sexo ainda são tratados de forma tão arcaica e complexa. É uma peça sobre nossas origens, que investiga os caminhos da mulher brasileira ao longo de nossa História, e que demonstra uma atualidade desconcertante.

Na montagem da peça, a platéia se dispõe em torno das atrizes em cena, praticamente completando o cenário, como se fosse, em conjunto, as próprias paredes de uma das celas do Convento, enclausurando o elenco.

A encenação foi criada para aproximar ao máximo o público das atrizes e da situação que as personagens enfrentam, a clausura forçada, prisão, onde as regras e ditames de uma sociedade amarraram estas duas pessoas.

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