frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

homenagem a duas transexuais: wendy carlos e angela morley

Walter CarlosWendy Carlos

Wendy Carlos nasceu como Walter Carlos no ano de 1939 em Rhode Island, Estados Unidos. Compositor e musicista de música eletrônica foi um dos primeiros artistas a utilizar sintetizadores. Foi uma criança prodígio, aos seis anos começou tocando piano, quatro anos depois compôs sua primeira música. Seus interesses, porém, não se limitavam à música, e assim ele iniciou uma exploração das artes gráficas e das ciências. Aos catorze anos, projetou e construiu um pequeno computador, três anos mais tarde, o jovem intelectual construiu um estúdio de música eletrônica produzindo seu primeiro trabalho.

Switched-On BachCom 23 anos, ele entrou para a Universidade Brown, onde estudou música e física e na Universidade de Columbia onde se tornou mestre em música. Após a graduação, encontrou Robert Moog e foi uma das primeiras pessoas a utilizar-se de seus sentetizadores, fornecendo considerações sobre o produto para futuras versões. Desde 1962 passou a morar em Nova Iorque. Suas primeiras gravações foram lançadas com o nome Walter Carlos. Entrou formalmente para o mundo da música em 1966, com o lançamento de ‘Switched-On Bach’, onde executava obras de J.S.Bach, foi o primeiro LP a demonstrar o uso de sintetizadores como instrumentos musicais genuínos. Um trabalho que foi consagrado como o primeiro álbum erudito a receber o ‘disco de platina’. O álbum recebeu em 1970 o Grammy em três categorias.

A Clockwork Orange - Laranja MecânicaThe Shining - O Iluminado)Em 1967, Walter passou por uma cirurgia de redesignação sexual, mudando seu nome para Wendy, mas continuou a assinar suas músicas como Walter Carlos até 1975, fazendo aparições em público com roupas masculinas e falsas costeletas. Após a cirurgia deu uma entrevista para a revista ‘Playboy’ em 1979, uma decisão que Wendy arrependeu-se posteriormente devido à publicidade negativa que isso trouxe para sua vida pessoal.

Em 1971 compôs e gravou a trilha sonora para o polêmico filme ‘A Clockwork Orange’ (Laranja Mecânica) dirigido por Stanley Kubrick, desta vez usando basicamente obras de Beethoven e composições próprias. Sua gravação da Nona sinfonia de Beethoven também foi usada na introdução da apresentação de David Bowie de 1973 em 'Ziggy Stardust and the Spiders from Mars’, certamente um dos discos mais influentes da história do rock.

Sua obra seguinte, ‘Sonic Seasonings’, apresentou o que conhecemos hoje como o estilo new-age utilizando o sintetizador Moog para simular sons da natureza, tais como chuvas, ventos, pássaros. Em 1980 compôs a trilha sonora para o filme ‘The Shining’ (O Iluminado) também de Kubrick e em 1982, para o filme ‘Tron’ dos estúdios Disney.




Angela Morley

Angela Morley nasceu como Wally Stott no ano de 1924, em Leeds, Inglaterra. Dos anos 50 a 70, foi altamente respeitado como maestro, arranjador da rádio BBC e compositor no cenário musical britânico. Nos anos 70 Wally Stott conheceu sua segunda esposa e aos poucos começou a enfrentar uma crise de identidade e em 1972 fez a cirurgia de ‘retificação sexual’, como era chamada a cirurgia de redesignação sexual na época, e tornou-se Angela Morley, nome de solteira de sua mãe. Continuou a compor na Inglaterra, tornando-se umas das artistas mais conhecidas no meio cinematográfico.

Em 1980, ela decidiu ir para os EUA, onde viveu em Scottsdale, Arizona. Durante a década de 80 foi compositora de várias séries televisivas, incluindo ‘Dinastia’ e ‘Dallas’. Foi indicada seis vezes para o ‘Emmy’ e recebeu três prêmios. Foi arranjadora do filme ‘The Schindler's List’ do diretor Steven Spielberg e autora de canções da trilha sonora de ‘Stars Wars’ e ‘Superman’. Angela Morley foi a primeira transexual a disputar um Oscar com o filme inglês ‘The Slipper and the Rose’, em 1978. Ângela morreu em janeiro, aos 84 anos, de complicações devido a uma queda e subsequente ataque cardíaco.

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4 comentários:

Anônimo disse...

mara* querida, mandei aquele e-mail de palavras não ditas, palavras q estavam engasgada em minha garganta. Desculpe a confusão mental no texto. Obrigada por sua atenção.
Abraço forte!
Kenia

Anônimo disse...

Dá orgulho ser lésbica e saber de histórias de vida assim.Beijos.

Águeda Macias disse...

Adoro passar por aqui, sempre aprendo muito!

Ótimos textos, Mara!

Sara disse...

oiii


=)