frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

filme: goldfish memory

título no Brasil: 'todas as cores do amor'
gênero: comédia
origem: irlanda
ano de lançamento: 2003
direção e roteiro: elizabeth gill
elenco: sean campion, flora montgomery, jean butler, fiona gascott


Uma visão leve sobre os perigos e prazeres dos relacionamentos na Dublin contemporânea. Quando Clara (Fiona O'Shaughnessy) vê seu namorado Tom (Sean Campion) beijando Isolde (Fiona Gascott), desencadeia-se um série de reações de romances e corações partidos até que o ciclo inteiro se transforma num completo circo, cada personagem tentando resolver a questão do que é um relacionamento perfeito. Abusivamente romântico, “Todas as cores do amor” celebra a diversidade sexual. Quando se trata do amor, os seres humanos agem com se fossem peixinhos dourados, cuja memória dura apenas três segundos, depois de uma volta pelo aquário tudo é novidade.

Cada vez que dois peixinhos se vêem, é como se fosse a primeira vez. O tema da memória, no caso, não é tomado literalmente, mas metaforicamente. A tese do peixe de aquário (que serviu de base para a hilária Doris de "Procurando Nemo") é evocada como metáfora perfeita para a atitude humana diante do amor. Como tais peixes, capazes de reter acontecimentos por apenas três segundos, os seres humanos vivem cada relação como se fosse a primeira. Quando o que está em jogo é o desejo, não há trauma ou aprendizado possível: estamos todos condenados à repetição. Ou seja, a cada vez que nos apaixonamos, esquecemos todas as eventuais decepções do amor antigo e nos jogamos de cabeça na nova paixão. O filme escrito e dirigido por Liz Gill, que já foi assistente de Martin Scorsese, se desenvolve de forma semelhante ao famoso poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade – “João amava Teresa que amava Raimundo que amava...”.

Mas os relacionamentos aqui, contemporâneos, também envolvem casos homossexuais. Um ciclo de romances se inicia dentro de um grupo de pessoas que freqüentam o mesmo café em Dublin, na Irlanda. O ponto de partida da “quadrilha” irlandesa é Tom, um professor quarentão que insiste em namorar moças jovens, para as quais sempre conta a história dos peixinhos e lê o mesmo poema alemão. Ele namora Clara, mas também se interessa por Isolde. Clara descobre e se envolve com a lésbica Angie, melhor amiga do gay Red, que por sua vez se apaixona e é correspondido pelo barman David, namorado de Rosie. A rede de relações aumenta um pouco mais e todos os personagens acabam tendo um certo tipo de contato com os demais – alguns até transitam pelas orientações sexuais, mudando e retomando sua posição. Alguns querem se casar, outros querem apenas ter um caso sem compromissos. Uns traem seus parceiros e outros descobrem mais sobre sua própria sexualidade. Mas o desejo é sempre o mesmo: achar a felicidade e a única coisa em que todos concordam é que não dá para viver sem amor. E tudo ao som de muita bossa nova com composições de Tom Jobim e cantadas em português carregado de sotaque.

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