Estabeleceu-se o dia de hoje, 25 de novembro, como Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Passados mais de 20 anos do 'quem ama, não mata', o tema continua atualíssimo, seja na capa da revista 'Veja' em que a mulher do ator Kadu Moliterno resolveu abrir o jogo, seja no fato de que impactada pela atitude radical de André, o seqüestrador do ônibus 499, que saiu do âmbito da agressão privada para ocupar o espaço público, imprensa e sociedade descobriram o óbvio: a violência contra a mulher não acabou e está longe de acabar, porque faz parte de uma cultura de poder ainda não erradicada. De que cultura estamos falando? Da que entende a mulher como ser inferior 'por natureza' e atribui ao homem direitos sobre ela. Infelizmente, ainda é preciso marcar no calendário uma data para combater esse tipo de barbaridade. É um absurdo ter um dia especial para lembrar que as mulheres ainda continuam sendo vítimas de maus-tratos em todo o mundo.
No entanto, um tipo de violência contra as mulheres é deixado de lado nestas abordagens: a violência entre lésbicas, um tipo de violência tão ou até mais nefasto que a violência masculina.
em briga de marido e mulher, se mete a colher sim. a lei protege, basta denunciar. saiba aqui quem pode ajudar
Maria Libardoni, diretora-executiva da ONG Agende (Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento), chama a atenção para os casos em que o homem mata como se fosse por 'lealdade' a outros homens. 'É como uma confraria, eles têm de se mostrar fortes, confirmar a dominação. Conhecemos casos de mulheres de desembargadores e de prefeitos que apanham dos maridos em casa', exemplifica.
Fernando Acosta, psicólogo, explica: a violência é tão corriqueira que muitos homens não a identificam. É uma geração que foi criada para não levar desaforo para casa.
No mundo: - estima-se que sete em cada dez mulheres vítimas de homicídio foram assassinadas por seus próprios companheiros, subjugadas à vontade masculina ou mutiladas em nome de costumes milenares.
- 1 bilhão de mulheres do mundo, ou 1 em cada 3, já foram estupradas, espancadas ou sofreram algum outro tipo de violência.
No Brasil: - a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de agressão. Em compensação, essa mesma mulher leva de 10 a 15 anos para denunciar o seu algoz, acuada por medo, vergonha ou, seja lá o que for.
- 7 milhões de brasileiras acima de 15 anos de idade já foram agredidas pelo menos uma vez
- só em 2005, os hospitais do Sistema Único de Saúde receberam 8.464 casos de mulheres agredidas no País.
- o estado de Pernambuco registra um dos cenários mais alarmantes, com 193 mortes desde janeiro deste ano, mas o fenômeno é nacional.
(de Caio Tezoto, este outdoor foi feito para o XV Prêmio Central de Outdoor 2006, cujo tema era: "Violência contra a mulher, isso tem que acabar.")
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