frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

sábado, 17 de novembro de 2007

filme: aimée & jaguar

título original: “aimée & jaguar”
ano de lançamento: 1999
gênero: drama
origem: alemanha
direção: max färberböck
roteiro: max färberböck e rona munro, baseado em livro de erica fischer
música: jan a.p. laczmarek
elenco: juliane köhler e maria schrader

Berlim, 1942. Lilly (Juliane Kohler) tem 29 anos, dona de casa, mãe de quatro filhos e mulher de militar. Leva uma vida igual às outras mulheres alemãs, tarefas domésticas, educação dos filhos e amantes ocasionais, enquanto seu marido está em batalha, mas nada que possa afetar a solidez de seu casamento e a perseguição aos judeus e aos opositores políticos não a incomodam. É então que conhece Felice Schragenheim (Maria Schrader), uma jovem de 21 anos. É quase amor à primeira vista, que leva Lilly aos limites do paraíso e do inferno.

Felice é uma jovem determinada, militante da Resistência, infiltrada em um jornal nazista para obter informações sobre os avanços dos exércitos de Hitler. Ela esconde suas raízes judias para se manter viva e ter livre acesso à sociedade de Berlim. As duas se vêem pela primeira vez em um concerto. A beleza de Lilly desperta a atenção de Felice, que faz de tudo para mantê-la por perto e lhe escreve cartas sedutoras. Aimée (Lilly) e Jaguar (Felice) são os codinomes que escolhem para este romance proibido. Uma paixão inesperada que irá mudar radicalmente a vida de Lilly, levando-a a abandonar o marido.

Na primavera de 1943, Felice muda-se para a casa de Lilly. Fazem planos para o futuro, escrevem poesias e cartas de amor, inventam um contrato de casamento, ignorando o caos à sua volta. Quando Jaguar confessa à amante que é judia e está na clandestinidade, este segredo perigoso une ainda mais as duas mulheres. Em um pacto de companheirismo e amor, tentam esquecer os horrores da guerra, mantendo-se fora dos conflitos até serem tragadas pela brutal realidade. Mas a felicidade dura apenas pouco mais de um ano.

No dia 21 de agosto de 1944, ao voltar de um passeio ao rio Havel, Aimée e Jaguar estão sendo esperadas pela Gestapo. Felice foge, mas é traída por um dos moradores do prédio. Ela inicia a via-crucis de incontáveis judeus alemães. Lilly fica desesperada, e tenta segui-la até o campo de concentração de Theresienstadt. Ela recebe as últimas linhas escritas por Felice no início de 1945 do campo de concentração de Gross-Rosen. "Amo-te muito. Beijos, beijos, beijos de Jaguar."

"Aimée & Jaguar" é uma comovente e verídica história de amor. É um filme pungente, forte e sensível, mesmo ambientado em plena Segunda Guerra Mundial. Plasticamente, o filme é belíssimo, com uma fotografia impecável. As cenas de amor entre Lilly e Felice são realistas, sensuais, lindíssimas. Talvez se feito dentro da visão do cinema americano, poderia descambar para algum tipo de realismo-mágico, onde, num ato de heroísmo, os tanques ianques invadiriam Berlim e salvariam Felice das garras dos malvados nazistas. Ainda bem que o filme é alemão.

Baseado num livro envolvente sobre amor e exclusão, paixão e preconceito, vida e tragédia, da jornalista Erica Fischer escrito a partir das memórias de Lilly Wust. Erica Fischer seguiu os passos de Felice, falou com as pessoas que conheceram Aimée e Jaguar, passou incontáveis horas conversando com Lilly em Berlim, estimulou suas lembranças, a fez meditar, mexer em documentos antigos, chorar. Vale a pena dar uma conferida na vida dessas duas mulheres que existiram realmente e que, por amor, abandonaram família, amigos e a causa pela qual lutavam para se entregarem uma a outra e viverem, mesmo por pouco tempo, uma louca e arrasadora paixão. Curiosidade: aos 85 anos, a verdadeira Lilly Wust compareceu ao Festival de Berlim de 1999, para ajudar na publicidade do filme.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que vc está equivocada ,pois não é uma vida comum as das outras mulheres alemãs, pois vejo que Lilly estava se descobrindo e em busca constante do amor verdadeiro, sincero, portanto não acredito que todas as mulheres e as alemãs tenham amantes ocasionais.
Grande equivoco, assista de novo o filme ou leia o livro e veja tmb a entrevista da Wust, que é a Lilly na real.
Um abraço