frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

terça-feira, 17 de junho de 2008

nadando contra a corrente

É muito incômodo se sentir um peixe fora d’água. Mas esta sensação muitas vezes é inevitável. Estar em um lugar sem dele se sentir parte, conversar com pessoas com as quais não nos identificamos, por mais que tenhamos, ou pareçamos ter, coisas em comum como, por exemplo, a homossexualidade. O meio homossexual pode ser tão preconceituoso e radical com aqueles que não se encaixam nos estereótipos como o mundo hétero. O tempo todo, apesar de brincamos com os estereótipos, ridicularizando-os, os reforçamos nas nossas atitudes e na nossa postura do dia-a-dia.

E, queiramos ou não, existe uma certa "estética lésbica" e um "comportamento lésbico" esperado e incentivado. Cansei de ouvir, inclusive de homossexuais, a pergunta: "Mas você é lésbica? Nossa! Não parece...". Como se me faltasse algum comportamento, um gesto, um indício, alguma coisa que, por si, revelasse minha orientação sexual. Ninguém é obrigada, por ser lésbica, a ser louca pela Ana Carolina, Cássia Eller, Bethânia, Zélia Duncan ou pela Shane. A jogar ou curtir futebol, olhar bundas e peitos de mulheres na rua, usar boné, calça cargo ou coturno, beber muito e ficar com várias na balada. Nem obrigada a freqüentar mostras de filmes lésbicos ou ‘cults’, conhecer tudo sobre música, estudar arte, arquitetura, cinema e usar roupas de brechó, da Benedito, ou da marca A, B ou C. Muito menos a decidir se me atrai mulher bofinho, feminina, moderna ou ‘lesbian chic’.

Eu prefiro a liberdade. A liberdade de ouvir o que eu quiser, de um dia me achar uma lady e em outro me sentir um garoto. De amar as ativas, as passivas e as relativas. De comprar roupa em brechó e na Benedito, mas também em outros locais. De amar praticar qualquer esporte e não porque tenho que gostar por ser lésbica. A liberdade de não beber, não fumar, ser vegetariana e de não gostar ficar caçando em balada. De ser fanática por Almodóvar, mas também amar assistir algo totalmente comercial. A liberdade de ser o que eu quiser e não corresponder a nenhum estereótipo. Está mais do que na hora de nós homossexuais aprendermos a conviver com a diversidade.

(por Dri Quedas)

Um comentário:

Isa Zeta disse...

Sempre tive uma dúvida: o que é lesbian chic?