frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

terça-feira, 29 de julho de 2008

índios gays também são alvo de preconceito

Entre os índios ‘ticuna’, a etnia mais populosa da Amazônia brasileira, um grupo de jovens não quer mais pintar o pescoço com jenipapo para ter a voz grossa, como a tradição manda fazer na adolescência, nem aceita as regras do casamento tradicional, em que os casais são definidos na infância. Esse pequeno grupo assumiu a homossexualidade e diz sofrer preconceito dentro da aldeia, onde os gays são agredidos e chamados de nomes pejorativos como "meia coisa". Quando andam sozinhos, podem ser alvos de pedras, latas e chacotas.

A população ‘ticuna’ no Alto Solimões, na fronteira com a Colômbia e o Peru, soma 32 mil índios. Na aldeia Umariaçu 2, que fica no perímetro urbano de Tabatinga (1.105 km de Manaus), vivem 3.649 índios ‘ticunas’, 40% com menos de 25 anos. Entre esses jovens, pelo menos 20 são conhecidos como homossexuais assumidos. Segundo Darcy Bibiano Murati, 40, que é indígena da etnia ticuna e administrador substituto da Funai (Fundação Nacional do Índio), há registros de gays também nas aldeias de Umariaçu 1, Belém do Solimões, Feijoal e Filadélfia. E essa situação é nova para as aldeias, tempos atrás não era visto indígenas gays, agora existem em todas as comunidades, e são meninos de 10, 15 anos.

Marcenio Ramos Guedes, 24, e seu irmão, Natalício, 22, pintam o cabelo e as unhas e fazem as sobrancelhas. Trabalham como dançarinos em um grupo típico ticuna que se apresenta nas cidades da região. Marcenio brigava muito com o pai e saiu de casa aos 15 anos, para trabalhar em Tabatinga como empregada doméstica. Ao voltar para casa, uma construção de madeira com dois cômodos, onde mora com quatro dos sete irmãos e os pais, Marcenio resolveu cuidar dos afazeres domésticos. O grupo de dança foi criado em 2007, com apoio da família. Ele e o irmão Natalício não sofrem discriminação por dançarem, todos assistem e respeitam, mas sofrem preconceito de outros jovens na aldeia, que jogam pedras, garrafas e querem bater.

O ticuna Clarício Manoel Batista, 32, é professor do ensino fundamental e estuda pedagogia na UEA (Universidade Estadual do Amazonas), em Tabatinga. Ele foi um dos primeiros a assumir a homossexualidade na aldeia Umariaçu 2. Contou aos pais que era gay aos 16 anos. O pai não o maltratava porque sempre gostou de estudar e fazia tudo em casa: limpeza, comida, lavar louça. Alguns o discriminam, indígenas daqui e não-indígenas também.

O antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) escreveu que há registros de homossexualidade entre índios desde ao menos o século 19. Em Mato Grosso, ele estudou os ‘cadiuéus’, que chamavam o homossexual de ‘kudina’ (que decidiu ser mulher). O cientista social e professor bilíngüe (português e ticuna) de história Raimundo Leopardo Ferreira afirma que, entre os ‘ticunas’, não havia registros anteriores da existência de homossexuais, como se vê hoje. Ele teme que, devido ao preconceito, aumentem os problemas sociais entre os jovens, como o uso de álcool e cocaína.

(fonte: folha online
por: kátia brasil)

Um comentário:

Anônimo disse...

iSTO NOS FAZ VER QUE A nATUREZA cRIA SUAS FORMAS ALEM DO BEM E DO MAL(MORAL)QUE SE QUEIRA DAR. a CULTURA MACHISTA APELA PARA O VIRIL QUE TEM QUE SER GUERREIRO,DOMINADOR,BRUTO;AS VARIENTES :FEMININA,HOMOSSEXUAIS,HERMAFRODITA SAO VISTAS COMO ABERRAÇOES DIANYE DESSA CULTURA QUE APELA PARA VALORES MAIS INTOLERANTES,PATRIARCAL. eSTA FORMA DE SER ENCONTRA-SE EM OUTRAS ESPCIES TAMBEM.sE A NATUREZA APELA PARA O INSTINTO NA SOBREVIVENCIA:CAÇA E PROCRIAÇAO,HA TAMBEM AS RELAÇOES DE AFINIDADES DOMO FORMA DE UNIAO,APOXIMAÇAO,RELAÇAO.aINDA ESTAMOS APRENDENDO A CONVIVER ASSIM,PARA ISSO,É EDUCAR AS PESSOAS,É TRAZER O RESPEITO COMO VALOR HUMANO BEM MAIS QUE O PODER DA FORÇA OU BRUTALIDADE.pARABENS PELOS TEXTOS ESCLARECEDORES.