frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

homenagem a uma atleta trans: michelle dumaresq

Michelle Dumaresq, excelente ciclista canadense que viveu os primeiros vinte anos de sua vida como Michael, compete na modalidade ‘downhill’ (descida de montanhas). Michelle foi a primeira atleta transexual convocada para um time nacional e, na categoria do sexo adotado em 2002 no Canadá, com 32 anos. Em 2003 ela participou do mundial na Áustria, terminou a competição com uma fratura na mão. Antes disso, em 2001, quando passou pela cirurgia, chegou a ter a licença caçada pela Associação Canadense de Ciclismo.

Um ano depois, já com a identidade dizendo que era do sexo feminino, Michelle voltou a competir. Mesmo assim, a convocação para o mundial rendeu protestos de outras atletas, uma petição circulava para que fosse criada uma terceira categoria para que Michelle fosse enquadrada, pois alegavam que ela possuía vantagem sobre as mulheres naturais, por isso deveria ser banida do circuito internacional e ser relegada a uma categoria especial para transexuais. De acordo com médicos especialistas, Dumaresq não tem mais vantagem física que qualquer outra atleta feminina.

Michelle vem competindo como atleta desde a infância. Ainda criança teve a oportunidade de escolher o esporte que ela queria praticar. Ela escolheu o ciclismo, aos sete seus pais lhe deram uma bicicleta e aos onze lhe deram uma BMX. Essa foi a grande vantagem para Michelle se tornar esta atleta de nível internacional, seus pais nunca disseram não para os equipamentos esportivos que ela necessitava para treinar. E se ela quisesse ser uma bailarina, eles também a apoiariam.

São poucos os casos de esportistas que mudaram de sexo na idade adulta divulgados ao público, apesar da preocupação do Comitê Olímpico Internacional estabelecer regras em 2004 para que as atletas transexuais pudessem ser incluídas em competições olímpicas. Michelle não participou dos jogos Olímpicos de Atenas 2004, porque sua modalidade esportiva não foi uma modalidade olímpica. Porém a sua atuação constante no esporte internacional ajudou a esclarecer os equívocos sobre transexuais em esportes, e apressou a decisão do COI que autorizou as transexuais a competirem no gênero adequado, permitindo que duas atletas transexuais participassem em Atenas, na Grécia.

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