frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

domingo, 6 de janeiro de 2008

orgasmo feminino

O descobrimento do orgasmo clitoriano

Matteo Colombo foi o primeiro anatomista no Ocidente a descrever a genitália feminina de maneira mais completa e isso só no século 16 e foi acusado de heresia, só porque escreveu que as mulheres sentiam prazer sexual através de estimulação clitoriana. Antes dele, a anatomia pensava nosso sexo como um mero buraco para que os homens depositassem sua semente. Colombo descobriu o clitóris quando atendeu uma paciente que sofria de neurose e percebeu que os sintomas estavam relacionados à falta de orgasmos.

De início, o médico se assustou quando localizou um pequeno órgão, constantemente ereto e intumescido. Depois de aplicar sessões regulares de massagem sobre aquele pequeno órgão, que culminavam com um orgasmo e um subseqüente alívio das tensões de sua paciente, Colombo concluiu que o clitóris era o responsável pelo gozo feminino. Mais: descobriu também que, se o gozo não fosse liberado com alguma regularidade, o corpo poderia adoentar-se. É claro, no Oriente as coisas eram diferentes. Cinco séculos antes de Cristo uma filósofa chamada Filênis, nascida em Lesbos, escreveu uma espécie de um Kama Sutra do amor entre mulheres. Pena que o livro nunca foi encontrado. Filênis certamente sabia - e muito bem - da existência do clitóris.

Mito freudiano do orgasmo vaginal

Séculos depois, Freud ignorou completamente esta obra-prima da anatomia feminina e contribuiu para o empobrecimento da vida sexual das mulheres afirmando que o gozo clitoriano era infantil e que somente o orgasmo vaginal poderia ser considerado um gozo maduro e fecundo. Na verdade, Freud pouco sabia da anatomia do clitóris, talvez desinteressado deste pequeno pedaço de paraíso devido à sua miopia falocêntrica, que via na mulher apenas o côncavo. Há mais tecido eréctil numa mulher do que supõe a velha psicanálise. Foram necessárias algumas décadas para que esse mito fosse detonado. Só depois do relatório Kinsey as mulheres puderam conferir o que já sabiam: o clitóris tem participação ativa no gozo feminino. Descobertas anatômicas subseqüentes confirmaram que a vagina é pobre em terminações nervosas e estas se localizam apenas no primeiro terço do canal vaginal. Todo esse silêncio sobre a sexualidade feminina gerou mitos e suposições que afastam as mulheres de seu próprio corpo.

curiosidades:
A respeitada revista científica ‘Nature’ publicou uma pesquisa de geneticistas da Universidade de Genebra que descobriram que os mesmos genes que controlam o tamanho do pé determinam também o tamanho do pênis, no homem, e do clitóris, na mulher.

Um estudo publicado no "The Journal of Urology" revelou que o clitóris é muito maior do que os anatomistas imaginavam. O clitóris visível é apenas a ponta. A maior parte deste órgão se estende para dentro do nosso corpo, formando uma massa piramidal de tecido. Há ainda prolongamentos que se estendem, envolvendo a cavidade vaginal e a uretra. Somando-se as partes de dentro e de fora, o clitóris atinge uma extensão total de 12 cm.

(por Cilmara Bedaque e Vange Leonel)

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