frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

homenagem a uma bissexual: tamara de lempicka

'Art Déco’, palavra de origem francesa é abreviação de ‘arts décoratifs’, e refere-se a um estilo que afetou a arquitetura, o design e as artes plásticas na década de 20. Edifícios, esculturas, jóias, luminárias, móveis, tudo é geometrizado e luminoso.

De todos os artistas, a bissexual Tamara de Lempicka foi uma notável e memorável pintora da ‘art déco’ e também muito influenciada pelo cubismo. Nascida Maria Gurwik-Górska, perto de Varsóvia em 1898 em uma família abastada da Polônia, seu pai era um advogado judeu-russo e sua mãe uma socialite de origem polaca.

Estudou em colégio interno na Suíça, e com 20 anos casou-se pela primeira vez com o solteiro mais cobiçado, o advogado Tadeusz Laempicki que conheceu num baile de máscaras. Um ano depois da Revolução Russa fugiram para Paris. Após o nascimento de sua filha Kizette, adota o nome Tamara e vai estudar pintura e é onde a fantástica história de Tamara de Lempicka começa.

Instalada em Montparnasse, logo fez-se famosa entre a nata da sociedade parisiense. ‘La belle polonaise’, como era chamada, torna-se um exemplo de mulher moderna e elegante, transforma-se numa verdadeira diva, tanto que, pegando carona em seu sucesso, a empresa Revlon, fabricante de cosméticos, lhe dedica uma marca de batom.

Criadora de um estilo sensual e muito sofisticado que produziu efeitos de desejo e sedução, Tamara de Lempicka foi uma das protagonistas daqueles ‘loucos anos 20’. A sua paixão pelas tintas fortes e de cores iluminadas, expõe de forma crua e fria, os sentimentos e emoções, extravagância e sensualidade, expressando erotismo em seus quadros. Reflexo dela própria, uma personalidade amante dos excessos. Em sua obra, a mulher aparece ora ultra-feminina, ora masculinizada, mas sempre forte.

Divorciada do primeiro marido casa-se com um rico aristocrata húngaro, o Barão Raoul Kuffner, e com a ameaça de uma segunda Guerra Mundial, mudam-se para Nova York. Bela, emancipada, moderna e escandalosa, personagem das noitadas nova-iorquinas, sua vida e sua obra trafegaram entre hotéis de luxo e automóveis conversíveis.

Assumiu publicamente sua bissexualidade e teve inúmeros casos com amigos, modelos e desconhecidos. Tudo com muito esplendor que camuflavam o abuso de cocaína, as dificuldades nas relações com a sua filha, com quem nunca conseguiu manter uma relação equilibrada, a depressão, e, por fim, a solidão que também é expressa em suas telas.

Após a morte do seu marido muda-se primeiro para o Texas e depois para o México onde viria falecer e conforme expresso em seu testamento, suas cinzas foram dispersas, pela filha, sobre o vulcão Popocatepetl.

Entre os admiradores e colecionadores de sua obra figuram personalidades como o ator Jack Nicholson e a cantora Madonna, que a homenageia nos videoclips de ‘Express Yourself’ e ‘Vogue’.

'Para aqueles que, como eu, vivem à margem da sociedade, as regras habituais não têm qualquer valor', esta frase define claramente o espírito e a postura ao longo da sua vida e obra.

algumas pinturas de tamara de lempicka

4 comentários:

Anônimo disse...

PARABENS PELO BLOG!!!

Mara* disse...

sabemos que o preconceito, infelizmente, é parte do mundo e que a mentalidade do brasileiro não aceita comportamentos sexuais e modo de vida liberais. estamos bem arranjadas, eu com a minha orientação sexual e você como naturista. lidar com o preconceito não é fácil. interessante a sua proposta de blog.

abraço você

Anônimo disse...

oi,Mara.Vida intensa da personagem de hoje.Claro que para os ricos tudo fica mais fácil.Mas,creio,que ha pessoas que nao nasceram para seguir regras impostas.Sao revolucionárias no modo de ver e agir no mundo(elas provocam as mudanças necessarias ao mundo).Acho que o amor,seja como for deve ser livre para sua expressão sadia.O corpo humano ainda nao é visto com naturalidade(nao como deveria ser)poucos grupos sociais(os índios nao aculturados) ainda se sentem em paz com seu corpo.Afinal nascemos nus!Vestir o corpo com a moralidade hipocrita gerou doencças mentais,sadismos sexuais etc...Esconder gera a curiosidade imbecil e explorada.Felizmente temos agora a Educação sexual nas escolas,mesmo contra a vontade da religião católica.A ignorancia acaba gerando Traumas ao corpo, ao sexo;violencia fisica geralmente tem um fundamento de repugnancia ao corpo (nosso ou do outro).O poder como opressao fisica, submissão ao prazer do sexo como dor fisica. No processo de Educaçao vamos melhorando a nossa relaçao de naturalidade ante o nosso corpo(perdido)pela moral religiosa que nos fez doentes. Proibiu-se agora é hora de educar para o sexo e a afetividade.Tudo o mais..Freud explica.Abraço.

regina claudia brandão disse...

lindinha, sabe que só agora tô repanado?!?!? este aqui é bem mais enfeitadinho. gosto dele. uma peruazinha escondida que me deixa alegrinha. beijo vc.