Gene Robinson de 56 anos, divorciado e pai de duas filhas, em 2003, foi consagrado como bispo de New Hampshire, Estados Unidos. O primeiro bispo anglicano assumidamente homossexual. Entre as pessoas presentes ao ato religioso, estava Mark Andrew, companheiro de Robinson há catorze anos. A história da igreja anglicana é marcada por notáveis polêmicas. No século XVI, rompeu com o Vaticano para que o rei inglês Henrique VIII pudesse se casar pela segunda vez. Além de aceitar o divórcio, ela foi a primeira a admitir o casamento de seus sacerdotes e, há duas décadas, rompeu outro tabu ao estender às mulheres o direito de exercer o ministério, celebrar missa e distribuir a comunhão. Se essas iniciativas já haviam chocado os tradicionalistas, imagine o impacto causado com a nomeação de Robinson.
Mais uma vez foi exposto o dilema que cerca a igreja anglicana desde os tempos do rei inglês. Três pessoas, entre elas um bispo, registraram seu protesto e saíram em silêncio e se juntaram aos manifestantes do lado de fora, que exibiam cartazes contra o bispo gay. Os protestos foram inúteis. Mesmo absorvendo traços da reforma protestante, e sem nunca ter abandonado as tradições católicas, todavia, diferentemente da igreja católica, que tem um papa e uma rígida hierarquia, os anglicanos delegam a cada país autonomia para nomear religiosos e resolver os assuntos doutrinários. A igreja americana é uma das mais liberais. Robinson foi indicado por padres e fiéis de sua diocese.
Robinson foi casado com uma mulher durante quinze anos. Decidiu pedir o divórcio e assumir sua homossexualidade aos 39 anos, depois de se submeter à psicoterapia. No ano seguinte, conheceu Andrew e nunca escondeu dos fiéis sua orientação sexual. Tal comportamento seria inaceitável na igreja católica que condena o divórcio, exige o celibato do clero e recentemente definiu a homossexualidade como ‘um fenômeno social e moral preocupante’.
Sou teólogo luterano e tenho muitos conhecidos anglicanos. Pena que a Igreja Anglicana no Brasil seja de linhagem conservadora. Pena que a igreja luterana no Brasil tenha se envolvido com os meios carismáticos...
Contudo esse bispo tem provocado cisma dentro do anglicanismo mundial. Na convocação para o último sinodo anglicano, o arcebispo primaz da Inglaterra (um 'papa' deles) não oficializou o convite para Gene Robison participar. O que não o impede do mesmo, pois é bispo! Mas, o preconceito, a exclusão se fez sentir por muitos anglicanos conservadores que manifestam contrários à presença de Robison como pastor da Igreja Anglicana. Enfim é um passo libertário, sim é! Mas traumatizante.
Rogamos para Dom Gene Robison... Para que o Senhor possa sustentá-lo em sua misericórdia, e dar forças em sua caminhada como pastor de seu povo. Assim rezemos ao Senhor.
Infelizmente o ódio, a intolerância e a ignorância estão mais empedernidos, onde jamais deveriam estar, naqueles que se dizem representantes de um Deus de amor e compreensão. Realmente é uma pena que a igreja luterana, no Brasil, esteja comprometida com os carismáticos cujo representante maior é a triste figura do padre Marcelo Rossi. Que Dom Gene siga em frente em sua luta, com força e coragem.
2 comentários:
E viva o progressismo anglicano!
Sou teólogo luterano e tenho muitos conhecidos anglicanos. Pena que a Igreja Anglicana no Brasil seja de linhagem conservadora. Pena que a igreja luterana no Brasil tenha se envolvido com os meios carismáticos...
Contudo esse bispo tem provocado cisma dentro do anglicanismo mundial. Na convocação para o último sinodo anglicano, o arcebispo primaz da Inglaterra (um 'papa' deles) não oficializou o convite para Gene Robison participar. O que não o impede do mesmo, pois é bispo! Mas, o preconceito, a exclusão se fez sentir por muitos anglicanos conservadores que manifestam contrários à presença de Robison como pastor da Igreja Anglicana. Enfim é um passo libertário, sim é! Mas traumatizante.
Rogamos para Dom Gene Robison... Para que o Senhor possa sustentá-lo em sua misericórdia, e dar forças em sua caminhada como pastor de seu povo. Assim rezemos ao Senhor.
Infelizmente o ódio, a intolerância e a ignorância estão mais empedernidos, onde jamais deveriam estar, naqueles que se dizem representantes de um Deus de amor e compreensão. Realmente é uma pena que a igreja luterana, no Brasil, esteja comprometida com os carismáticos cujo representante maior é a triste figura do padre Marcelo Rossi. Que Dom Gene siga em frente em sua luta, com força e coragem.
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