frase do dia: ‘a homofobia é mais uma constatação da perda da ternura no mundo, ser
preconceituoso com os LGBTs é retroceder; além de prejudicar o crescimento humano.’

(letícia spiller - atriz brasileira)

última atualização: 19/08/2009 20:36:42

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

são sergio e são baco: um amor medieval

A história da sexualidade humana é tão antiga quanto o homem. Todos os registros de culturas antigas mostram-nos como a humanidade tratava a questão homossexual. Em todos os casos, a homossexualidade não era apenas tolerada, mas socialmente aceitável. Mas, de repente, chegaram os inventores do castigo, da culpa castrante e do pecado, e o que em princípio era costume, tornou-se algo contra a lei de Deus, ficou rotulado como monstruoso e uma longa série de adjetivos.

Conhecer a história permite-nos saber que mesmo em uma das mais homofóbicas organizações que existem hoje em dia, a Igreja Católica, nem sempre foi assim. No passado, a Igreja cristã abençoava os casais homossexuais no que era então chamado "ritos de geminação". Na Igreja Ortodoxa do Ocidente, foram encontradas provas de que esses casamentos eram comemorados tanto pelos papas ortodoxos como por padres católicos.

No início do cristianismo, a igreja teve que aceitar essas relações, para não perder adeptos. Estas relações não eram apenas toleradas, mas também há exemplos de tais parcerias entre os santos cristãos.


São Sergio e São Baco (? - 297)

Sergio de Resapha e Baco de Barbalissus, nobres romanos e militares no exército do imperador Cesar Maximiano, viviam em Coele, Síria, perto de Comana em Cappadocia (província romana), no início do século 4 dC.

Sergio foi comandante (primicerius) da escola de recrutas Arabissus, composta de bárbaros, chamada de Schola Gentilium (Escola dos Pagãos), e Bacchus era seu subalterno (secundarius), seu auxiliar direto.

Manuscritos gregos revelaram que foram abertamente homossexuais e que eram ‘erastai’ (amantes). Estes manuscritos estão em várias bibliotecas européias e indicam a atitude inicial do cristianismo em direção a homossexualidade, de forma diferente do que eles pregam hoje.

Seus nomes são invocados em cerimônias de união entre casais do mesmo sexo, casamento aceito e respeitado por direito divino e humano na Europa cristã na época em que viviam.

Convertidos ao cristianismo, Sergio e Baco não estavam presentes quando o imperador foi fazer um sacrifício a Zeus e Júpiter. Quando chamados por Maximiano que, para testar a sua lealdade, ordenou-lhes a participação nos ritos pagãos de sacrifício, Sergio e Baco se recusaram e assumiram sua fé cristã. A punição foi terrível.

Foram despidos e vestidos com roupas femininas e exibidos pelas ruas da aldeia. Flagelados com chicotadas, Bacco logo morreu (01/10/297), Sergio foi levado para Resapha (Síria) e suportou intensos sofrimentos, caminhando quilômetros com os sapatos forrados com pregos afiados e finalmente foi decapitado (07/10/297). Ambos foram enterrados nos arredores da cidade de Resapah.

Na Idade Média
Os dois foram suscitados em cerimônias para abençoar casais homossexuais.

Na Síria
Após a canonização, o Imperador Justiniano construiu, em honra de Sergio, igrejas em Constantinopla e Acre. A primeira foi transformada em mesquita e tem em seu interior raros exemplares da arte bizantina. Sergio foi nomeado patrono da Síria.

Em Roma
Existe uma igreja, construída no século VII, consagrada a Sergio e Baco. Os dois santos são representados pela arte cristã como soldados com roupas do exército e empunhando palmas de flores.

Na Igreja ortodoxa
No Monte Sinai, no Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, mandado construir pela Imperatriz Helena de Bizâncio, são encontrados ícones de São Sergio e São Baco representados lado a lado, segurando, juntos, uma cruz. Em 2000, o Papa João Paulo II visitou o local.

Este ícone (a palavra vem do grego eikón e significa imagem, são sinônimo de arte sacra bizantina e estão em todas as Igrejas Ortodoxas) é do sétimo século, e está agora no museu de arte oriental e ocidental, em Kiev. É interessante ver como Cristo aparece na posição tradicional dos romanos ‘Pronubus’, por trás de Sergio e Baco.

O fato é que São Sérgio e São Baco, mártires da Igreja, viraram ícones do movimento gay, inspirando artistas. Suas imagens servem à defesa da união civil entre pessoas do mesmo sexo, cujas cerimônias são seladas com a leitura da oração dos dois santos. Eles têm até um dia, os jovens amantes são venerados na liturgia bizantina em 7 de outubro.

Um comentário:

Anônimo disse...

o cristianismo sempre escoindendo seu sverdadeiros valores..


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Boa sorte!!